Na delação premiada que firmou com a Polícia Federal, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, relatou que após a derrota no segundo turno da eleição, Bolsonaro recebeu um rascunho de decreto das mãos de seu assessor Filipe Martins que propunha a convocação de novas eleições e a prisão de adversários políticos, informa Aguirre Talento, do UOL. Conforme o relato de Cid, Bolsonaro discutiu o conteúdo do documento com altos comandantes militares. O denunciante alegou que o almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha, demonstrou apoio ao plano golpista em conversas privadas, embora o Alto Comando das Forças Armadas não tenha aderido à ideia. Um dos seguidores de Olavo de Carvalho (1947-2022), Filipe Martins foi assessor especial da Presidência para assuntos internacionais durante o governo Bolsonaro. Martins já enfrenta uma acusação de racismo por parte do Ministério Público Federal, devido a um gesto que fez durante uma sessão no Senado, que foi transmitido pela televisão. Esse gesto é associado aos movimentos supremacistas brancos dos Estados Unidos, representando a sigla "White Power" ou "Poder Branco". Embora a denúncia tenha sido aceita pela Justiça do Distrito Federal, Martins acabou sendo absolvido posteriormente. Durante o período eleitoral, Martins usou suas redes sociais para disseminar o discurso alinhado ao governo Bolsonaro, que questionava a confiabilidade das urnas eletrônicas, o que levantou dúvidas sobre os resultados das eleições. Após a derrota no segundo turno, Martins interrompeu suas atividades de publicação nas redes sociais.