O ex-secretário de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten, encontra-se novamente no centro de uma polêmica, já que sua empresa, a FW Comunicação, mantém um contrato com o Partido Liberal (PL), comandado por Valdemar Costa Neto. Documentos da prestação de contas enviados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam que a FW Comunicação recebeu mais de meio milhão de reais do PL apenas este ano. Esses pagamentos ocorreram de maio a julho e provêm da conta do partido destinada a recursos do fundo partidário, que é financiado pelo dinheiro público para a manutenção das agremiações políticas, segundo reportagem do jornalista Marcelo Rocha, da Folha de S. Paulo. De acordo com a direção do PL, a FW Comunicação foi contratada para realizar a assessoria de imprensa da presidência de honra do partido, oferecendo serviços que incluem monitoramento de mídia, análise de conteúdo publicado e assessoramento à imprensa. É importante ressaltar que essa mesma conta também é usada para o pagamento dos salários de Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e do ex-ministro Walter Braga Netto, que foi vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas últimas eleições. O fundo partidário é composto por recursos do Orçamento da União, multas, doações, e outros recursos estabelecidos por lei. No primeiro semestre de 2023, a Justiça Eleitoral distribuiu mais de meio bilhão de reais, sendo a maior fatia, R$ 77,4 milhões, destinada ao PL, de acordo com informações do TSE. Além de seu envolvimento com o PL, Fabio Wajngarten faz parte da equipe jurídica que defende Jair Bolsonaro em investigações criminais em andamento, como o caso das joias, que está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF). Recentemente, Wajngarten foi ouvido como testemunha na Polícia Federal, mas optou por manter silêncio, alegando seu papel como defensor no caso. Este não é o primeiro registro de pagamento da FW Comunicação pelo PL. No ano anterior, a empresa recebeu aproximadamente R$ 650 mil do partido de Valdemar Costa Neto, de acordo com informações do TSE. Essa nova revelação alimenta o debate sobre possíveis conflitos de interesse envolvendo figuras públicas e empresas privadas.