O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, sob investigação pela CPMI do 8 de janeiro, teve detalhes do conteúdo de seu celular revelados após a apreensão do dispositivo pela Polícia Federal. Entre os itens encontrados, estavam imagens dos ditadores Adolf Hitler e Benito Mussolini, registros com membros da família Bolsonaro e demonstrações de afinidade com armas.
O material no dispositivo indica que grande parte do conteúdo foi recebido de terceiros. Não há evidências claras de mensagens enviadas por Vasques, sugerindo que ele frequentemente deletava arquivos. Este material foi submetido à CPMI, que se prepara para revisar um relatório abrangente da senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Espera-se que Jair Bolsonaro (PL) seja indiciado em relação a diversos delitos.
A decisão de apreensão de Silvinei em agosto, a cargo do ministro Alexandre de Moraes do STF, foi em resposta a preocupações de que ele pudesse obstruir investigações relacionadas à alegações de uso impróprio da PRF contra apoiadores de Lula (PT) durante o período eleitoral.
Particularmente notáveis no conteúdo do dispositivo de Vasques são imagens de ditadores históricos, bem como fotos ao lado de Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro em eventos oficiais. Estes últimos eventos estão sob investigação por suspeitas de uso para promoção política.
O aparelho também revelou áudios críticos relacionados à atuação da PRF durante as eleições. Em alguns, associados a Vasques expressam descontentamento com as ações da corporação. Estes áudios sugerem um possível uso da PRF para dificultar a votação, especialmente no Nordeste, durante o segundo turno.
A defesa de Silvinei, por sua vez, emitiu uma declaração alegando desconhecimento sobre a presença de tais arquivos no dispositivo. O advogado Eduardo Pedro Nostrani Simão esclareceu que a participação em grupos de WhatsApp poderia resultar em downloads automáticos. Quanto às fotos dos ditadores, a defesa enfatizou que Vasques não expressou qualquer preconceito ou discriminação em sua vida profissional ou pessoal.
A natureza e o conteúdo destas descobertas amplificam a necessidade de transparência e integridade nas ações dos funcionários públicos, especialmente em períodos sensíveis como eleições.