Nesta última quarta-feira (18), os Estados Unidos exerceram seu direito de veto a uma resolução proposta pelo Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas, referente ao conflito armado entre Israel e o grupo Hamas. O documento brasileiro passou por dois adiamentos em sua votação enquanto os norte-americanos buscavam facilitar o acesso à ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Do total de membros votantes, Rússia e Reino Unido optaram pela abstenção e outros doze países manifestaram-se favoráveis à resolução. Não obstante, os Estados Unidos, por terem assento permanente no Conselho de Segurança - juntamente com China, França, Rússia e Reino Unido - possuem a prerrogativa de vetar qualquer resolução, independentemente do apoio majoritário.
O delegado brasileiro no Conselho expressou sua preocupação com a situação, caracterizando-a como uma "catástrofe humanitária". Enfatizou ainda que, perante tal cenário, era fundamental que o Conselho agisse de maneira efetiva e urgente, tendo em vista o interesse coletivo da comunidade internacional.
A proposta brasileira denunciava qualquer forma de violência contra a população civil e atos de terrorismo, clamando pela libertação imediata e incondicional de todos os reféns. Adicionalmente, o texto solicitava pausas no conflito que possibilitassem o fornecimento de auxílio humanitário à Faixa de Gaza, região crítica do conflito.
Durante a sessão de votação, o representante dos Estados Unidos junto à ONU ressaltou o comprometimento de seu país em desempenhar "a árdua tarefa da diplomacia", em colaboração com Israel, seus países vizinhos e a ONU. Porém, expressou desapontamento com a resolução apresentada, apontando a ausência de menção ao direito de autodefesa de Israel.
Em um contexto mais amplo, na semana anterior, Israel instruiu aproximadamente 1,1 milhão de residentes de Gaza a se relocarem ao sul da área, antecedendo uma ofensiva terrestre. Este movimento veio em resposta ao que foi descrito como o ataque mais severo do Hamas a civis em toda a história de Israel. Em retaliação, Israel intensificou suas operações militares na Faixa de Gaza. Segundo relatórios, o Hamas foi responsável pela morte de cerca de 1.400 pessoas em ataques que tiveram início em 7 de outubro.
Por fim, fontes palestinas informaram que o número de vítimas palestinas no conflito ultrapassou 3.000 indivíduos.