Operação da PF Desmascara Vigilância Indevida da ABIN: O Que Está Realmente Acontecendo? A Polícia Federal (PF) iniciou, na manhã desta sexta-feira (20), uma operação direcionada à investigação de suspeitas de utilização inadequada de um sistema de geolocalização de dispositivos móveis por membros da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Informações divulgadas por Malu Gaspar, de O Globo, apontam que, durante os primeiros três anos da gestão de Jair Bolsonaro (PL), a ABIN teria conduzido um monitoramento não autorizado de jornalistas, advogados, políticos e críticos ao governo. Esse rastreamento teria ocorrido sob a supervisão do ex-diretor da agência, Alexandre Ramagem. Nessa operação, dois agentes foram alvo de mandados de prisão preventiva, com um deles já detido. Além disso, 25 mandados de busca e apreensão foram realizados em diversos estados, como São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás, bem como no Distrito Federal, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). A ferramenta em questão, nomeada "FirstMile", foi adquirida durante o governo de Michel Temer (MDB) sem a necessidade de licitação, pelo valor de R$ 5,7 milhões. Ela tem a capacidade de rastrear a localização de indivíduos com base na transmissão de dados de seus dispositivos móveis para torres de telecomunicações distribuídas pelo país. Provas e depoimentos coletados pela PF evidenciam a utilização ilícita desse sistema para vigiar adversários do governo Bolsonaro. Internamente, essa prática gerou tensões na ABIN, resultando em uma investigação interna. Segundo fontes ligadas à PF, os agentes presos não somente estiveram envolvidos no ato de monitoramento, mas também empregaram seu conhecimento sobre o sistema para tentar eludir possíveis demissões, dada a gravidade dos atos praticados.