Em suma, a queda na aprovação de Lula na pesquisa Quaest não deve ser vista como um sinal de alerta para o governo, mas sim como um ajuste da opinião pública. O desempenho do governo nas eleições municipais será um teste mais próximo, mas se as previsões de crescimento econômico e geração de empregos se confirmarem, Lula será um importante cabo eleitoral para aqueles que aspiram liderar o executivo de seus municípios.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mantém uma aprovação razoável de 26%, o que é igual ao percentual dos que o avaliam negativamente. A pesquisa também mostra que setores do eleitorado de Lula começam a considerar excessiva a quantidade de viagens do presidente ao exterior.
A análise estratificada da pesquisa também mostra que a aprovação de Lula se mantém forte entre seu próprio eleitorado e eleitores que não votaram ou anularam seu voto. A rejeição a Lula entre eleitores com renda familiar acima de 5 salários aumentou, o que pode ser um sinal de alerta para o governo. Além disso, setores do eleitorado, incluindo eleitores de Lula, estão ficando irritados com o tempo que o presidente vem dedicando a agendas internacionais.
A recente pesquisa Quaest apontou uma queda de seis pontos na aprovação do presidente Lula, o que gerou preocupação entre seus apoiadores e animou a oposição de direita. Entretanto, é importante interpretar esses dados à luz de outros fatores, como a situação econômica do país. A aprovação de Lula ainda é alta, com 54%, o que é um índice raro para chefes de Estado em democracias polarizadas. Além disso, a queda pode ser um ajuste ou normalização da opinião pública, já que não há uma deterioração dramática do quadro econômico.