A Polícia Federal (PF) desencadeou uma operação que expôs um esquema ilegal de rastreamento de celulares realizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra opositores e adversários políticos do governo Jair Bolsonaro. As apreensões realizadas no âmbito das investigações revelaram um esquema de espionagem em massa de computadores, por meio do uso de um malware capaz de acessar integralmente o conteúdo dos computadores afetados. A invasão ocorre de diversas formas, seja por meio do disparo de e-mails, mensagens de texto, WhatsApp Web, ou mesmo por acesso físico ao computador, através de dispositivos como pen drives. Segundo o G1, mais de 33 mil acessos foram registrados, focalizando a localização de aparelhos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), auxiliares, funcionários da corte, jornalistas, políticos, críticos e policiais, entre outros. Os investigadores agora se dedicam a quantificar o número de computadores afetados e identificar os alvos do esquema de espionagem. A operação resultou no cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão, além de dois de prisão preventiva, abrangendo os estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e Distrito Federal.
A Abin afirmou colaborar com a Polícia Federal e classificou a operação como retaliação. O caso levanta preocupações sobre a segurança cibernética e a privacidade dos cidadãos, além de gerar questionamentos sobre a legalidade e a ética da espionagem contra adversários políticos.