Recentemente, uma movimentação política significativa chamou a atenção, revelando os desafios da atual cena política brasileira. Os partidos PP e Republicanos oficializaram sua entrada na base do governo Lula-Alckmin, desencadeando discussões sobre o rumo do país. O PP, originário do ARENA, partido que sustentou o regime militar no passado, agora encontra-se sob os holofotes. Figuras proeminentes como Delfim Neto e Paulo Maluf têm história no partido. Mais recentemente, a presença da ruralista Kátia Abreu, conhecida como "motosserra de ouro", e do presidente da Câmara, Arthur Lira, tornaram o PP um ator político de relevância. O senador e presidente da sigla, Ciro Nogueira, também integra o partido, tendo apoiado o golpe institucional contra Dilma, as reformas trabalhista e da previdência, e votado a favor do Marco Temporal, entre outros atos que geraram críticas e controvérsias. Por outro lado, o Republicanos é conhecido por abrigar figuras como o general Hamilton Mourão, vice-presidente durante o governo Bolsonaro, a senadora Damares Alves e o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Todos esses representantes da extrema-direita carregam consigo posicionamentos que geraram polêmicas, devido à sua natureza racista, homofóbica, misógina e reacionária. Durante o governo bolsonarista, eles desempenharam papéis importantes na destruição do meio ambiente, na educação e nos direitos dos trabalhadores, assim como em ataques direcionados a grupos como mulheres, LGBTQIAP+, negros e indígenas. Essa união de partidos na base do governo Lula-Alckmin levanta questões sobre o compromisso do governo com as reformas e a manutenção de políticas que afetaram os trabalhadores. A frente ampla construída por Lula inclui representantes do capitalismo, o que levanta dúvidas sobre como a administração lidará com as reformas previdenciárias e trabalhistas, além de questões relacionadas ao ensino médio. Também há preocupações sobre a continuidade de políticas neoliberais, como o Arcabouço Fiscal, que pode facilitar as privatizações. Em meio a essa conjuntura, é essencial lutar por uma política independente, construída nas esferas de trabalho e educação. Exemplos de resistência, como a paralisação dos trabalhadores das estatais em São Paulo contra as privatizações, demonstram a importância de alianças entre a classe trabalhadora, o povo pobre, mulheres, negros e LGBTQIAP+. Essa união é crucial para defender direitos em tempos de crise, sem ceder às pressões do centrão, partidos bolsonaristas, militares de alta patente e grandes empresários. A política brasileira está em constante evolução, e é fundamental entender as implicações dessas mudanças para o futuro do país.