O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem acionado usinas termelétricas e recorrido à importação de energia para enfrentar o aumento no consumo de energia elétrica decorrente da onda de calor no país. Nesta quinta-feira (16.nov.2023), o Sistema Interligado Nacional (SIN) registrou picos acima de 100 mil MW, quase alcançando o terceiro recorde na mesma semana. Às 15h03, a demanda atingiu 101.297 MW, enquanto na terça-feira (14.nov), atingiu a marca histórica de 101.475 MW. O ONS implementou um plano de suprimento que envolve a importação de energia da Argentina, atingindo 645 MW nesta quinta-feira. Essa energia provém de hidrelétricas argentinas conectadas ao sistema nacional, por onde o Brasil exportou energia durante a cheia dos reservatórios deste ano. Além disso, as usinas termelétricas foram ativadas, incluindo as 12 geradoras da Petrobras, totalizando 3.500 MW. Algumas foram desligadas na última terça-feira, enquanto outras foram programadas para auxiliar no suprimento até sexta-feira (17.nov). Térmicas da Eletrobras e da Eneva, em operação em diferentes regiões, também contribuíram. Marcelo Habibe, diretor-financeiro da Eneva, destaca a importância vital das termelétricas para garantir o suprimento em condições climáticas extremas, assegurando estabilidade e eficácia no atendimento às necessidades energéticas. Apesar da programação do ONS indicar uma geração termelétrica prevista de 3.495 MW para esta semana, a onda de calor elevou a carga gerada para mais de 10.000 MW, atingindo um pico de quase 15.000 MW durante os momentos de maior demanda nesta quinta-feira. As temperaturas mais altas naturalmente resultam em aumento no consumo, impulsionado pelo uso intensivo de aparelhos de refrigeração. O Instituto Nacional de Meteorologia emitiu alerta de grande perigo até sexta-feira, indicando risco à saúde devido à previsão de temperaturas 5°C acima da média. A advertência abrange as regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste.