Mineradora Braskem financiou campanhas de políticos em Alagoas: Um panorama detalhado A mineradora Braskem, envolvida no risco iminente de colapso em Maceió, destinou vultosos montantes para campanhas políticas em Alagoas. Entre 2004 e 2014, a empresa financiou pelo menos 41 políticos alagoanos, totalizando R$ 2.994.693,26, conforme levantamento exclusivo da Agência Tatu, baseado em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os beneficiários incluem figuras proeminentes como o atual vice-governador, Ronaldo Lessa (PDT), o ministro dos Transportes e ex-governador Renan Filho (MDB), além de Benedito de Lira (PP), ex-deputado federal e pai do atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Ronaldo Lessa, ao longo de uma década, foi o principal beneficiário, recebendo R$ 350 mil da Braskem em diferentes eleições. Renan Filho e Benedito de Lira também figuram entre os políticos mais favorecidos, evidenciando uma cooptação significativa. A cooptação da Braskem não se restringe apenas aos políticos; denúncias apontam para sua atuação questionável e omissão de autoridades como Ministério Público, Defensoria, Agência de Mineração e BNDES. Em entrevista ao programa TVGGN 20H, Alexandre Sampaio, do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem, destaca a falta de ações efetivas por parte das autoridades diante da tragédia anunciada. O caso remonta à exploração irresponsável do solo de Maceió pela Braskem, que extrai sal-gema do subsolo há mais de 40 anos. A situação ganhou destaque em 2018, após um terremoto, e recentemente a Defesa Civil alertou para o iminente colapso na mina 18, no bairro Mutange. A instabilidade do solo, provocada pela atividade de mineração, já resultou no deslocamento de mais de 15 mil imóveis e colocou 60 mil pessoas em situação de vulnerabilidade. A Braskem, cúmplice dessa crise, destaca-se como protagonista não apenas na exploração inadequada, mas também na influência indevida sobre a esfera política.