O ex-juiz e atual senador Sergio Moro, representando a União-PR, está marcado para depor no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) nesta quinta-feira, às 13h. O processo investiga possíveis irregularidades eleitorais que, se comprovadas, podem resultar na cassação de seu mandato. Fontes próximas indicam que a presença de Moro no tribunal está sendo avaliada, conforme reportagem do Globo. As acusações, movidas pelo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), incluem abuso de poder econômico e político nas eleições passadas. Alega-se que Moro violou as regras eleitorais ao desistir da candidatura presidencial, excedendo o limite de gastos de campanha, e ao mudar de partido, do Podemos para o União Brasil. No contexto da desistência presidencial, a acusação sugere que isso teria contribuído para a eleição de Moro ao Senado, com um gasto estimado de R$ 6,7 milhões, ultrapassando o limite legal de R$ 4,4 milhões. Luis Felipe Cunha, primeiro suplente de Moro, também prestará esclarecimentos ao desembargador Luis Carrasco. A defesa de Moro convocou oito testemunhas, sendo apenas Murilo Hidalgo, diretor do Instituto Paraná Pesquisas, presente até o momento. Deltan Dallagnol, ex-procurador e colega de Moro na Lava-Jato, não compareceu à oitiva. A estratégia de defesa parece focar em argumentar que a ação movida pelo PL visa cassar o mandato de Moro devido à derrota do candidato do partido, Paulo Martins. Em caso de condenação, a decisão passará por julgamento em segunda instância e, em seguida, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), podendo resultar na perda do mandato de Moro no Congresso Nacional. Especula-se sobre possíveis substitutos em caso de cassação, com o PL considerando Michelle Bolsonaro e o PT sugerindo Gleisi Hoffmann. Em junho, a esposa de Lula, Janja, referiu-se a Hoffmann como "futura senadora" em uma publicação no Instagram, gerando críticas de Moro, como falta de respeito com ele e seus eleitores.
