Ministro Alexandre de Moraes revela planos de atentado e reflete sobre a importância da regulamentação das redes sociais Em entrevista ao jornal O Globo, o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), discutiu sobre os eventos ocorridos durante os atos terroristas em Brasília em 8 de janeiro do ano passado, revelando detalhes de planos que visavam sua própria vida e a estabilidade institucional do país. O Ministro estava na Europa, especificamente em Paris, com sua família após a posse do presidente Lula. Ao ser informado sobre a invasão ao Congresso, manteve contato com o Ministro Flávio Dino, do Ministério da Justiça, indagando sobre como os manifestantes haviam conseguido entrar na Esplanada dos Ministérios, considerando as medidas de segurança estabelecidas em reunião prévia. A entrevista abordou a possibilidade de intervenção federal ou a aplicação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), sendo que o Poder Executivo, ao qual competia a decisão, optou pela intervenção focada na segurança, evitando um possível efeito dominó de violência e distúrbios civis em todo o país. Moraes esclareceu aspectos da investigação, destacando que os discursos nos quartéis dos manifestantes indicavam o planejamento de invadir o Congresso e aguardar a aplicação da GLO para, então, convencer o Exército a aderir a um golpe. A decisão acertada de não decretar a GLO foi fundamentada na prevenção de maiores conflitos. O Ministro abordou a influência das plataformas de redes sociais no episódio de 8 de janeiro, anunciando que a regulamentação dessas redes será uma prioridade do Tribunal Superior Eleitoral no primeiro semestre de 2024. Ele ressaltou as falhas e instrumentalização dessas plataformas, permitindo a propagação de discurso de ódio e antidemocrático, alimentando a mobilização para os eventos ocorridos. Alexandre de Moraes compartilhou que foi alvo de três planos durante essa ameaça, incluindo a sua prisão e, de forma mais extrema, o seu enforcamento na Praça dos Três Poderes. Ele observou a agressividade e o ódio destes indivíduos, incapazes de distinguir a pessoa física do Ministro da instituição. O Ministro revelou que, apesar das ameaças virtuais constantes, não houve alteração significativa em sua segurança pessoal, mantendo o esquema estabelecido desde sua gestão na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo em 2014. No entanto, ressaltou a necessidade de reforçar a segurança de sua família, face à natureza covarde e misógina das ameaças recebidas. A entrevista proporciona uma visão aprofundada dos eventos ocorridos, destacando a importância de medidas preventivas e a necessidade de regulamentação das redes sociais para evitar a propagação de discursos prejudiciais à democracia e à estabilidade institucional.
