O pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o padre Júlio Lancellotti na Câmara Municipal de São Paulo enfrenta um impasse considerável. Na última quinta-feira, quatro vereadores retiraram suas assinaturas do requerimento, inicialmente destinado a investigar organizações não governamentais (ONGs) atuantes na Cracolândia. O desdobramento, segundo o jornal Estado de S. Paulo, aponta para uma possível perda de sustentação política. Os parlamentares, inicialmente favoráveis à CPI, alegam terem sido induzidos ao erro, pois o foco da investigação se desviou para incluir o nome do padre Júlio Lancellotti. O descontentamento de figuras como Sidney Cruz (Solidariedade) ilustra a incerteza sobre a viabilidade da CPI, uma vez que sua instalação depende não apenas da obtenção de assinaturas, mas também da aprovação em plenário, exigindo a maioria absoluta de 28 votos. A retirada de apoio reflete a indignação contra a investigação do padre, com vereadores como Xexéu Tripoli (PSDB) expressando oposição à perseguição política a líderes religiosos. Thammy Miranda (PL), inicialmente a favor, esclareceu que seu apoio visava a proteção dos moradores do centro, não um ataque a Júlio Lancellotti. A vereadora Sandra Tadeu (União Brasil) também retirou seu respaldo, defendendo uma investigação mais abrangente que inclua ONGs e os poderes públicos em esferas municipal, estadual e federal. A possibilidade de instalação da CPI, agora, depende não apenas da obtenção de assinaturas, mas também da aprovação em plenário, uma tarefa que requer a conquista da maioria absoluta. O presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil), não confirmou a prioridade do pedido, indicando que o tema será discutido pelas lideranças. No entanto, a retirada de assinaturas compromete a força política necessária, sinalizando um impasse significativo em torno da proposta de investigação.