A homologação da delação de Ronnie Lessa, ex-policial militar acusado pelos disparos contra Marielle Franco, está sob análise do ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O aguardado depoimento, parte de um acordo para benefícios legais, promete revelar o mandante do assassinato ocorrido há quase seis anos. Lessa, sob investigação da Polícia Federal desde fevereiro do ano passado, colaborou com informações cruciais sobre o crime que chocou o país. O fato de a delação estar no STJ sugere que o responsável pela execução de Marielle possui foro privilegiado, conforme apurado pelo jornal O Globo. A proximidade do aniversário do trágico evento, em 14 de março de 2018, intensifica a expectativa de conclusão do caso. No entanto, a confirmação das informações aguarda a análise do Grupo Especial de Investigações Sensíveis (Gise), especializado em casos complexos como o assassinato de Marielle e Anderson Gomes. Élcio de Queiroz, outro ex-PM envolvido, admitiu, em sua delação, ter dirigido o veículo utilizado na emboscada à vereadora. Ele mencionou o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Brazão, levantando a possibilidade de que Lessa também o implicou. Brazão, detentor de foro privilegiado, aguarda o desfecho do caso. O destino das revelações de Lessa repousa agora nas mãos do ministro Raul Araújo, cuja decisão pode desvendar os intricados detalhes do crime que ecoam na sociedade.