O Coletivo Vozes Judaicas por Libertação manifestou seu apoio ao ex-presidente Lula diante das retaliações apresentadas por Israel após suas declarações comparando a escalada dos ataques israelenses contra os palestinos em Gaza ao Holocausto nazista. Em comunicado, o Coletivo ressaltou que Lula expressou um sentimento presente no imaginário de muitos, embora reconheça a delicadeza da comparação entre genocídios, cujas experiências são únicas e inigualáveis. Destacou-se a impossibilidade de hierarquizar tragédias históricas, alertando para os perigos de categorizá-las. A contradição vivida pelo povo judaico, ora como vítima ora como algoz, é lamentável e desconcertante. A analogia feita por Lula toca em uma ferida dolorosa para judeus e judias, cujas vidas foram marcadas pelo Holocausto, e agora veem atrocidades semelhantes ocorrendo, supostamente em seu nome. O Coletivo reiterou seu compromisso ético em se posicionar contra o genocídio do povo palestino, rejeitando a utilização de sua defesa como justificativa para tais ações. A existência do Estado de Israel, inicialmente vista como uma medida de sobrevivência para o povo judeu, transformou-se em um pesadelo, mantendo-se à custa da negação da autodeterminação dos palestinos. As lideranças israelenses são acusadas de promover um massacre contra os palestinos, enquanto ameaçam a segurança dos judeus em todo o mundo, utilizando a identidade judaica como pretexto para suas ações. Nesse contexto, as palavras de Lula ganham relevância ao levantar questões urgentes, convocando à ação diante da violência em Gaza. Diante da ineficácia de organizações internacionais em conter a violência perpetrada por Israel, líderes como Lula desempenham um papel crucial ao erguer suas vozes contra o que muitos consideram um genocídio palestino. Embora a forma como Lula se expressou possa ter sido infeliz, suas palavras visam provocar uma reflexão moral sobre Israel. O pedido de impeachment e as acusações de antissemitismo visam deslegitimar o governo brasileiro, segundo o Coletivo, que não vê risco iminente para a comunidade judaica brasileira. O Coletivo apoia as colocações de Lula e exorta à prática do radicalismo de suas palavras. Propõe um gesto diplomático de grande impacto, como a ruptura de relações entre Brasil e Israel, especialmente no âmbito militar, que contribui para violências no país e no exterior. Convoca ainda o apoio às demandas do movimento BDS, liderado pela sociedade civil palestina, em busca de justiça e urgência para o povo palestino.