O Ministro da Defesa, José Múcio, está agendado para uma visita ao Senado nesta quarta-feira (20), buscando avançar nas discussões sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para despolitizar as Forças Armadas. Essa medida visa estabelecer regras mais rígidas para militares envolvidos em atividades políticas ou ocupando cargos civis, em meio a investigações sobre tentativas de golpe em 2022. Apresentada inicialmente pelo senador Jaques Wagner (PT-BA) em nome do governo Lula, a proposta pretende criar um caminho sem volta para militares com envolvimento político. Segundo a PEC, ao registrar sua candidatura, o militar seria transferido automaticamente para a reserva, a menos que tenha completado 35 anos de serviço. Isso contrasta com a possibilidade atual de um militar derrotado retornar aos quartéis. A intensa participação política de militares durante o governo Bolsonaro motiva essa proposta, embora enfrente resistência de senadores bolsonaristas. O governo está aberto a negociar regras sobre remuneração e possíveis exceções para militares em cargos de alto escalão. O desafio adicional é evitar que militares usem candidaturas como pretexto para deixar os quartéis enquanto continuam recebendo remuneração. A ideia de permitir que militares pouco engajados deixem a carreira militar sem restrições é vista com interesse por alguns membros do governo.