O conceito de "racismo ambiental" pode inicialmente surpreender, ao unir dois temas complexos que atravessam diversas camadas do tecido social: racismo e questões ambientais. No entanto, compreender essa intersecção é fundamental para enfrentar os desafios que ela apresenta. O termo foi cunhado por Benjamin Chavis nos anos 1980, ao observar a relação direta entre o descarte de resíduos em bairros pobres e majoritariamente negros nos EUA. Desde então, as mudanças climáticas tornaram-se mais evidentes, com a população global dobrando desde 1980, resultando em mais consumo, extração de recursos naturais e desigualdade. Esse contexto amplifica o impacto do racismo ambiental, especialmente nas populações historicamente marginalizadas e vulneráveis, como é o caso do Brasil. No Brasil, a biodiversidade única do país muitas vezes é explorada em detrimento da preservação ambiental e do bem-estar das comunidades locais. Isso alimenta várias formas de racismo ambiental, exacerbado pela falta de acesso a serviços básicos e pela exposição aos efeitos das mudanças climáticas, principalmente em áreas periféricas e favelas. Não é coincidência que as práticas predatórias, como queimadas e desmatamento, impactem diretamente comunidades indígenas, quilombolas e outras populações tradicionais, que possuem conhecimentos ancestrais cruciais para a preservação ambiental. O combate ao racismo ambiental é urgente, pois suas ramificações se estendem para além das questões sociais, contribuindo para a crise climática e agravando desigualdades. É necessário sensibilizar a população sobre esse tema, enquanto ainda é possível agir para mitigar seus efeitos. Portanto, é fundamental que o racismo ambiental seja discutido e enfrentado em todos os âmbitos da sociedade, a fim de construir um futuro mais justo e sustentável para todos.