O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná inicia hoje, segunda-feira (1), o julgamento das ações que solicitam a cassação do mandato do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), previsto para se estender até 8 de abril. Moro enfrenta acusações graves relacionadas ao processo eleitoral de sua eleição como senador em 2002, envolvendo abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação em investigações judiciais eleitorais. As ações foram movidas pela coligação Federação Brasil da Esperança, composta pelos partidos PCdoB, PV, PT e PL. O Ministério Público alega que Moro se beneficiou de recursos e exposição em dois partidos e diferentes candidaturas, o que lhe teria conferido vantagens indevidas sobre os demais concorrentes. Entre as alegações, estão gastos não contabilizados, como a cerimônia de filiação do político ao Podemos, que deveriam ser considerados investimentos na pré-campanha, conforme reportagem do Conjur. O relatório do caso também aponta possíveis envolvimentos em caixa dois, incluindo a contratação de um escritório de advocacia pertencente a Luis Felipe Cunha, primeiro suplente de Moro, no valor de R$ 1 milhão, pago pelo União Brasil. Inicialmente, Moro planejava concorrer à Presidência pelo Podemos, mas acabou lançando-se como candidato a deputado federal por São Paulo e, posteriormente, concorreu ao cargo de senador pelo Paraná. Este julgamento ocorre em um contexto de isolamento político e crescente rejeição popular para Moro. Pesquisa AtlasIntel de fevereiro indica que ele é o político mais impopular do Brasil, seguido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Segundo o levantamento, 65% dos entrevistados têm uma imagem negativa de Moro, que, anteriormente, utilizou o sistema de justiça para perseguir o presidente Lula e, mais tarde, tornou-se ministro de Jair Bolsonaro (PL). O resultado negativo reflete-se nas redes sociais de Moro, com uma queda acentuada de seguidores em seu perfil no Instagram desde dezembro. Desde então, mais de 145 mil contas deixaram de segui-lo na plataforma.