O articulista Glenn Greenwald provocou um alvoroço com seu recente artigo na Folha, acusando decisões do STF de irregularidades, sem fundamentos jurídicos, apenas embasado no "chorume" do bolsonarismo. Por que essa investida? As contradições o colocam como protagonista de sua própria narrativa. Quando o bolsonarismo tentou expulsá-lo do Brasil, Glenn recebeu apoio unânime da esquerda, agora alvo de suas críticas. Parece um dilema, mas não é: a esquerda, antes hostil a Alexandre, agora o apoia em sua luta contra o neofascismo. Glenn, antes aliado da esquerda contra o neofascismo, hoje se opõe e se alinha aos que o queriam fora do país. Glenn, por vezes, revela uma perspectiva colonialista em relação ao Brasil, aplicando padrões estrangeiros. Desde sua saída do Intercept, busca espaço no debate político brasileiro, mas parece servir de aliado ao bolsonarismo, que o desejava fora do país. Sua mudança de postura é questionável e merece reflexão. A esquerda, embora hoje vista como inimiga por Glenn, denunciou as ameaças ilegais que enfrentou. Ele precisa compreender que não está aqui para "civilizar" os brasileiros. Quanto à defesa da democracia, os EUA têm muito a aprender com o Brasil contemporâneo. A coerência da esquerda em apoiar as ações de Alexandre é clara. A perplexidade reside em Glenn encontrar abrigo entre aqueles que o rejeitam. Suas motivações são complexas e podem ser objeto de investigação jornalística.
